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LUA


Atirei para a Lua e acertei um astronauta.
Coitado.
Pobre coitado.
Pobre bailarino sem gravidade.
Coitado.
Atirei para a Lua e o coitado estava lá.
Sozinho.
E ela?
Também.
Com sua bossa nova velha, seus discos antigos e seu cheiro de vinil e vodka e nicotina.
Sozinha.
Apenas sozinha.
Tiros para a Lua não resolvem.
Chorar também não.
Também não.
Atirei para a Lua e errei.
Acertei um astronauta ou um cosmonauta, como queiram.
Mas errei.
Errei.
Acertei aonde não devia.
Pobre homen.
Pobre bailarino da zona sem gravidade.
Coitado.
E o coração dele?
Igual ao meu.
Igual ao seu.
Igual ao de quem espera recados na secretária eletrônica e nada ouve.
Nada.
Nunca.
Nunca mesmo.
Apenas o silêncio.
O vazio que se espera da linda e amarela Lua.
Linda e amarela Lua.
Linda.
Amarela.
A Lua...




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NUCA

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APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,