Calor.
Muito calor.
Muito mesmo.
Termômetros a mil.
Mil.
Muito mesmo.
Termômetros a mil.
Mil.
Mas, ele não sabia.
Não, ele não sabia.
Não, ele não sabia.
Definitivamente ele não sabia.
Não.
Ela?
Tampouco.
Ela também não sabia.
O sabor do sorvete não importava.
Não importava.
Ele não sabia o sabor do sorvete naquela tarde tão absurdamente quente de verão.
Absolutamente quente.
Definitivamente.
Ninguém sabia.
Nenhum dos dois.
Nenhum dos dois.
Ele?
Não.
Ela?
Tampouco.
Ela também não sabia.
O sabor não importava.
Não importava.
Importava apenas os olhares, os gestos, as vontades e o suor escorrendo pelas frestas da testa.
Tudo o que não se fez.
Tudo o que não se fez.
Sabor?
Apenas o do batom.
Que ele jamais provou.
Jamais.
E o sorvete se fez único.
Com um sabor jamais provado.
Jamais provado.
Jamais...
Sorvete de batom...
Calor insuportável.
Desejos também...
Também...
Calor insuportável.
Desejos também...
Também...
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