Pular para o conteúdo principal

VERÃO EM VARSÓVIA


Um violão vagabundo.
Uma garrafa de vodka.
Cheia?
Claro que não.
Claro que não.
Uma camiseta amassada e velha do The Clash.
Surrada e amarelada.
Usada.
E muito.
Muitos verões.
Beijos e paixões.
Beijos e muitas paixões.
Muito tudo.
Erros e acertos e foda-se.
Uma foto recortada.
Rasgada.
Desgastada.
Lembrança de um tempo bom.
Nada demais.
Nada demais.
Nada demais.
Uma demissão.
Uma porrada na cara.
E ninguém merece.
Ninguém.
Nunca.
Um nada, um nunca, mas, tudo.
Sempre.
Apenas tudo.
E ela?
Ela simplesmente detestava gente burra.
Detestava.
Mas amava todo o resto que lhe importava.
Realmente importava.
E sorria com isso.
Um violão vagabundo.
Desafinado.
Errado.
Uma garrafa de vodka quase vazia.
Um maço de cigarros fumados.
Um isqueiro sem gás.
Nenhum gás.
Assim como ela.
Flat. 
Um mar repleto de ondas não surfadas.
Deliciosas.
Uma camiseta amassada e velha do The Clash.
O Charlie Sheen.
O que lhe importava.
Um foto recortada.
Rasgada.
O sabor do beijo dele e dela.

Inesquecíveis.
Inesquecíveis.
 A porra do violão velho e as cordas soltas..
E?
O que mais ela pensar.
O que mais ela pensar...
Somente isso.
E é bom que seja no Rio.
Muito bom.
Mesmo.
Em Varsóvia os verões não são tão quentes e deliciosos.
Definitivamente não.
Não são...
E ela sabe disso.
Claro que sabe.
Sim...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,