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OUTONO E CRIANÇAS LINDAS...



E ele estava triste.

Arrasado.

Magoado.

Devastado.

Ela disse apenas e tão somente a ele que seu talento havia morrido.

Só isso.

Nada demais.

Nada de drama.

Nada demais.

Você escrevia bem - ela disse. Cruel, sádica, bombástica..

Ele ficou em silêncio.

Não mais.

Sem talento algum.

Acabou.

Coisas de amor.

Fim.

Pílulas rosas e brisa.

Brisa?

Brisa de outono.

Talento nenhum.

Talento nenhum.

Talento de nada.

Talento nenhum mesmo.

E ele chorou novamente.

Agarrado a um copo de vodka barata.

Ainda mais uma vez..

Chorou como uma criança boba, como uma criança tola.

Apenas chorou e esqueceu o que já tinha vivido.

E numa loja de conveniência vagabunda apenas escutou nas suas costas uma voz suave, doce e pequena - Hey? Você escreve aquele site de contos? – a garota perguntou direta, reta e clara. Sabia o que dizia

Ele a olhou com surpresa e sequer tirou os seus óculos escuros.

Nada respondeu.

- É? –a moça insistiu – Minha mãe aqui ao lado tem certeza. É você mesmo?

- O quê? – ele perguntou irritado – É comigo? – retrucou.

Ela, linda, baixa e de cabelos claros e vermelhos apenas sorriu . Nada disse.

- É comigo? – ele insistiu imbecil.

- Te adoro – ela disse, doce e linda quebrando todos os ossos d idiota.

Ele ficou sem graça.

Obrigado por escrever – ela emendou.

Ele, bobo e pueril disse sem pensar e sem ser doce. Um verdadeiro idiota – Mas você é cega. Percebi e consigo perceber. Como sabe quem sou ou o que escrevo?

A garota apenas sorriu e disse – Bengalas, óculos escuros e gente que a gente ama está em todos os lugares. Todos os lugares. Um beijo. Continue a me fazer feliz.

E partiu sorridente depois de dar a ele um beijo delicioso em sua bochecha caída..

Ele?

Chorou como uma criança boba.

Apenas mais uma vez....

Apenas mais uma vez.

E decidiu nunca parar de escrever...

Nunca...

Ainda que não se importem com ele.

Ainda assim...

Ainda assim..


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NUCA

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