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ELVIS? QUEM?


Ele a olhou com carinho, afeto e atenção.

Muito carinho, muito afeto e muita atenção.

Muito tudo.

Muito tudo.

Muita paixão.

Coração ao alto.

Explodindo.

Mil vezes por segundo.

Mil vezes tudo.

E ela apenas acendeu um cigarro e sentou-se no chão da sala, sobre os seus tapetes coloridos.

Lindos tapetes coloridos.

Ela estava pronta.

Pronta a ouvir a chuva que começou a desabar na cidade e esmurrar as janelas do seu apartamento.

Muita chuva.

Esmurrar sem dó nem piedade.

Luzes ainda acesas.

Ela apenas o olhou.

Ainda mais uma vez.

Com carinho, afeto e atenção.

Com muito carinho, muito afeto e muita atenção.

Ele a achava linda, por Deus.

Linda demais....

Ela apenas tragou o seu cigarro lenta e profundamente e levantou-se, apenas com sua camiseta velha do Elvis e foi à cozinha pegar um copo de conhaque.

- Quer? – ofereceu displicente ao que ele prontamente negou.

Ela prosseguiu com seu sotaque forte - Conhaque, cigarro, chuva e inverno combinam demais – ela disse, cínica.

Ele apenas sorriu.

- E você apenas com uma camiseta do Elvis completa a beleza do quadro – ele completou.

Ela sorriu.

- Te amo – ela disse – tímida.

Ele sorriu e apenas disse – Eu também. Muito.

E a chuva?

Continuou a cair desvairada durante toda a noite.

A camiseta do Elvis?

Ficou em um canto qualquer... ficou esquecida em um canto qualquer ao lado de um velho copo de conhaque e bitucas de cigarro...

Canto qualquer...



 

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
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