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ASSISTÊNCIA TÉCNICA


- Quem é esta vagabunda, Edu? – perguntou aos gritos Malu segurando o celular dele como se fosse uma foice.
Ele a olhou com surpresa e respondeu – Vagabunda? Você está louca? – respondeu de forma defensiva, acuada, temerária.
- Quem é esta vagabunda? Com quem você fala, conversa, explica, se abre. Quem é esta puta Edu?
Ele engoliu em falso e nada disse.
- Não vai falar nada seu filho de uma puta. Quem é a vaca que você está comendo?
Ele a olhou com uma certa dose de compreensão e uma grande dose de desdém e respondeu – Pára Malu. Você está ficando louca. Uma amiga. Uma amiga. Apenas uma amiga Posso ter uma amiga? Porra – gritou.
- Vai se foder Cadu. Você não tem amigas. Você tem vagabundas. Seu filho da puta. Quem é ela? É minha amiga? Eu conheço? Eu que te apresentei? É um codinome? – surtou Malu.
- Para. Fica tranquila – tentou apaziguar Cadu.
- Vai se foder. Você e todas as suas vagabundas – Malu gritou e arremessou o celular dele como nas melhores jogadas de futebol americano ou rugby. Como se fosse uma All Black.
O celular espatifou na parede.
Uma cena de cinema.
Tela destroçada e as palavras também.
Malu chorou.
Cadu também.
Vagabunda?
Nenhuma, claro. Apenas uma amiga.
Ciúme? Muito claro.
Como sempre e todo dia.
E a tela ficou despedaçada.
E as palavras?
Caídas no chão.
Caídas no chão

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,