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Mostrando postagens de 2016

VERÃO EM VARSÓVIA

Um violão vagabundo. Uma garrafa de vodka. Cheia? Claro que não. Claro que não. Uma camiseta amassada e velha do The Clash. Surrada e amarelada. Usada. E muito. Muitos verões. Beijos e paixões. Beijos e muitas paixões. Muito tudo. Erros e acertos e foda-se. Uma foto recortada. Rasgada. Desgastada. Lembrança de um tempo bom. Nada demais. Nada demais. Nada demais. Uma demissão. Uma porrada na cara. E ninguém merece. Ninguém. Nunca. Um nada, um nunca, mas, tudo. Sempre. Apenas tudo. E ela? Ela simplesmente detestava gente burra. Detestava. Mas amava todo o resto que lhe importava. Realmente importava. E sorria com isso. Um violão vagabundo. Desafinado. Errado. Uma garrafa de vodka quase vazia. Um maço de cigarros fumados. Um isqueiro sem gás. Nenhum gás. Assim como ela. Flat.   Um mar repleto de ondas não surfadas. Deliciosas.

OS QUADROS

Botas e quadros e passos e sonhos perdidos. Muitas botas. Muitos sonhos. Mais do que o necessário de quadros. Muito mais. Mais do que o suficiente de passos. Mais quadros. Menos passos. Muito mais. Muito tudo. Mais de tudo. Muito tudo. Muitos. Muitas. Cores. Muitos? Muitas... Muitos desejos e palhaços e cores. Muitas. E muitos? Calores. Desejos. Vontades. Vontades? Sim, vontades. Vontades e sonhos e de sonhos perdidos. Muitos sonhos. Muitas vontades. Muito. Muito de tudo. Muito demais. Demais. Mais do que se precisava. Mais do que o necessário. Sonhos. Desejos. Cores. Calores. Lábios. Molhados. E inchados. Lábios apaixonados. Lábios... Muitos.

FONES DE OUVIDO...

Fones de ouvido... Fones de ouvido e conversas chatas. Muito chatas. Absolutamente chatas. Muito. Nada de Bowie, nada de Prince, nada de nada. Maldito 2016. Mas fones ajudam. A surdez sempre é boa. Sempre... E os fones? Ajudam, aquecem, inquietam, enfim, deixam você deixar de ouvir o que não precisa. Protetor auricular. Protetores auriculares. Literalmente. Muito. Necessários Precisa e necessariamente protegem você do que não se deve ouvir. Simples assim. Nunca. Nunca ouvir. O que VOCÊ não precisa ouvir. Seja para o bem. Seja para o mal. Seja para o que for. O que for... Fones de ouvido... Largos, bonitos e cafonas. Não como aqueles simples e MUITO mais eficazes de celulares. Fones de ouvido cafonas. Mas, ainda assim... Ajudam. Ajudam, aquecem, inquietam, enfim, eixam você deixar de ouvir o que não precisa. Precisamente o que não é necessário ouvir. O que VOCÊ não precisa ouvir. Seja para o bem. Seja pa

LINDA E AMARELA

A Lua é linda. Linda. Absolutamente linda. Perfeita, gorda, sorridente e amarela. Brilho. Brilho demais. A Lua é linda. Sempre. Cheia, crescente ou que porra for. Curvilínea, redonda, exata, uma esfera. Uma esfera perfeita. Perfeita. A Lua é para os amantes. Suicidas. Apaixonados. Cantores. Sensíveis. Todos eles. A Lua? Linda... Acordes dissonantes. Acordes precários. Acordes perfeitos. Acordes. E o amor reina. Sem gravidade. Sem gravidade alguma. Perfeita. A Lua é linda. Linda. Absolutamente linda. Perfeita, gorda, sorridente e amarela. E com brilho. E sorrisos. Sorrisos que sempre estão lá. Seja a hora que for. A hora que for... Quando e como for... Quando... e como, for....    

SEM ENTENDER NADA....

- Não entendi – ela disse sincera, serena, direta. Toda sincera. Toda ela. Apenas ela. Apenas toda ela. E ele? O mesmo de sempre. O mesmo. Ele a encarou com espanto. Muito espanto. Muita surpresa. Muito medo. Muito tudo. Muito tudo. - Não? – ele disse – Não entendeu? – finalizou em finalizar. O que ele sempre fazia muito e muito bem. Ela sorriu sarcástica e deu de ombros e respondeu – Não. Não entendi. Simples assim. - Espera. Deixa eu te explicar em poucas palavras – ele disse e prosseguiu – Você disse que me ama, mas não me quer, disse que me ama, mas me traiu, disse que me quer, mas não me quer, disse que sim, mas quer o não, disse que gosta de Smiths, mas odeia o Morrissey, enfim, o que você quer dizer? – ele perguntou verdadeiramente aflito, verdadeiramente surpreso, verdadeiramente confuso. Verdadeiramente ele. - Eu quero você – ela respondeu seca e direta e continuou – Mas apenas você. Você mesmo, não o resto todo. E

E COISAS BOAS TAMBÉM...

Nada. Exceto os passos seguros e diretos. Passos seguros. Em frente. Nada. Além disso e do baseado no bolso, do maço de cigarros amassado e da garrafa de vodka pessoal. Garrafa barata. Uso próprio. Apenas isso. Apenas isso. E a confusão e alegria de ser feliz. Seguro. Apenas ele. Só ele. Apenas ele. O pobre homem. O ùltimo da fila. O último sempre. Apenas ele. Nada mais que isso. Nada mais. Nada. Nada além disso. E o Clube Varsóvia estava lotado. Lotado de nada. Nada. Ele nunca se sentiu tão só. Tão só. O último da fila. Apenas com seu baseado no bolso, o maço de cigarros amassado e quase vazio e a garrafa de vodka pessoal. Garrafa barata. Pessoal. Uso próprio. Apenas isso. E o Clube Varsóvia estava lotado. De nada. Ela? Não estava lá. Definitivamente não.

TENDO A LUA...

Luzes, cores e neon. Tudo. Tudo ao mesmo tempo. Sob a chuva e as brigas de amor. Fumaça de cigarro e palavras cortantes, Cruéis. Muito cruéis. Muito. E densas sob a chuva e a fumaça de cigarros baratos. Sem falar nas brigas. Brigas de amor. Luzes, cores e neon. Tudo. Tudo ao mesmo tempo. Sob o som da tempestade. Sob o som deles. O som da raiva. Incompreensão. Falta de tesão. Falta de som. Falta. Apenas a falta. Falta de tudo. Excesso de nada. Excesso de porra nenhuma. O som deles. Pobre som. Pobre som. O som da raiva. Incompreensão. Falta de tesão. Falta de som. Falta. Apenas a falta. E a Lua, bela, poderia brilhar. Iluminar? Nunca. Nunca. Pobre e pobre Lua. Gritando sob o som deles. O som da raiva. Incompreensão. Falta de tesão.

NADA É O QUE PARECE. NADA...

Nada é o que parece ser. Nada. Nada mesmo. Nem a chuva, o granizo, os ventos fortes, os raios e os relâmpagos. Nada. Nada é o que parece ser. Nada. Nada mesmo. Já que tudo muda, tudo transforma. E eu odeio pessoas. E não me envergonho disso. Odeio quem devo odiar. Pessoas más. Sem coração. Sem coragem. Sem brilho. Sem nada. E eu as ignoro e desprezo e odeio. Simples assim. Pois, nada é o que parece ser. Nada. Nada mesmo. Nem a chuva, o granizo, os ventos fortes, os raios e os relâmpagos. Nada. E, no fim, sobram apenas as tragadas de cigarro barato e os goles da vodka vagabunda. Nada é o que parece ser. Nada. Nada mesmo. Nem a chuva, o granizo, os ventos fortes, os raios e os relâmpagos. Nada. Nem a vodka. E sequer o cigarro... Sequer o cigarro... Sequer ele...

TUDO... NADA...

Tudo? Ou nada? Tudo? Creio que não. Creio que, definitivamente, não. Tudo ou nada. Apenas nada... Nada... E os garçons do Clube Varsóvia apenas olhavam. Apenas olhavam. E cochichavam. E muito mais. Muito mais. Olhares tortos. Olhares soltos. Olhares sonsos. Olhares deles. Bobos. Os olhares deles. Bobos e simples assim. Tudo? Ou nada? Tudo? Creio que não. Apenas nada... Nada... Vazio no Clube Varsóvia. Vazio. E vazios. Vazio de caráter. Vazio de história. Conteúdo? Nenhum. Vazio. Vazio de música. Vazio de bebida. Vazio de amor. Vazio. Apenas vazio. Tudo? Ou nada? Tudo? Creio que não. Apenas nada... Nada... Clube Varsóvia E... O beijo deles fez a noite. A perfeita trilha sonora do nada. Tudo? Ou nada? Tudo? Creio que não. Apenas nada... Nada... Mas com um beijo inesquecível. Inesquecível. Simplesmente isso..

NADA ASSIM. NADA...

- Nada é como se espera – ele disse, em ritmo triste, em ritmo de depressão. Nada assim. Nada. Nada, no ritmo dele. Nada. No ritmo dele. Totalmente diverso do Varsóvia. Totalmente diverso. Total. O Clube Varsóvia vibrava e pulava. Vibrava e pulava. Muito. Muito mesmo. Como a fumaça dos cigarros vagabundos. Como a fumaça dispersa. Como se não houvesse amanhã. Nada. Como se não houvesse nada. Nada... Uma típica noite de celebração. Celebração. Entre aromas de cigarros baratos e cervejas vagabundas. Aroma da noite. Aroma de sempre. - Nada é como se espera – ele repetiu, novamente em um ritmo triste, em um ritmo de depressão. Um ritmo errado. Totalmente errado. Nada é como se espera. Nada... No ritmo dele e direto do Varsóvia ele sorriu. Muito. Uma criança apaixonada. Um homem em amor repleto em seu coração. Repleto. Simples desta forma. Simples assim. Simples... ...

APENAS ELE...

- Como assim? – ele perguntou. Todo bobo, todo sonso, todo ele. Apenas ele. O mesmo de sempre. Mais do mesmo. Mais dele mesmo. Mais. E menos... Ela deu uma tragada forte em seu cigarro mentolado e, por pouco, por muito pouco, não o mandou ao inferno. Lugar em que ele deveria, definitivamente, estar. Definitivamente. Definitivamente estar. - Como? – ele insistiu – Não entendi – disse. - Você é idiota? – ela perguntou. - Um idiota? – ela avançou - Uma espécie de imbecil ou canalha ou trouxa mesmo. Um otário – prosseguiu – Simples assim. Apenas um otário. Ele ficou mudo. - Está chovendo – ele disse. Ela olhou para o céu escuro e apenas disse – Vá à merda. Foda-se a chuva. Imbecil. Ele ficou quieto. Ela também. Ele? Cometeu erros e erros e erros. Ela? Também. Dois jovens. Dois apaixonados. Imaturos. Tolos. Erros e erros e erros. O mesmo de sempre. Mais do mesmo. Mais dele mesmo. Mais dela mesmo.

TODOS QUEREM

Todos querem. Apenas querem. Todos sonham. Apenas sonham. Todos. Todos. Todos riem. Sorrisos bestas. Todos beijam. Apaixonadamente. Todos querem. Todos querem. Todos sonham. Todos. Todos. Mas, ela, ela não. Definitivamente não. Ela não sonhava. Não sonhava. Sem sonhos. Sem desejos. Sem beijos. Sem nada. Sem nada. Mas... Todos querem. O que? Apenas sorrisos e dias de sol. Apenas sorrisos e dias de sol. Não é muito. Mas é. Definitivamente é. Com certeza... Muito mais do que imaginamos. Muito mais. Sorrisos em dias de sol...  

NADA OU TUDO

Nada de mais. Nada de menos Nada de nada. Nada de paz. Nada. Nada. Nada de paz. Nada de branco Nada de mais. Nada de menos Nada de nada. Nada de paz. Nada. Apenas isso. Nada... Mas... muito de choro. Muito de lágrimas. Muito de tudo. Muito de nada. Nada. Muito de nada. Nada de mais. Nada de menos. Nada de paz. Nada. Muito de tudo e tudo um sonho. Sonho. Noites felizes. Estrelas brilhando. Noites. Madrugadas insones e felizes. Nada de mais. Tudo de muito. Muito. Ele? Apenas ele. Choroso e com saudades. Ela? Apenas ela. Saudades e muito mais. Mas nada de mais. Nada de mais. Nada de menos Nada de nada. Nada de paz. Nada. Apenas isso. Nada. Nada...

TEMAS E TEOREMAS

- Escrever? Escrever sobre o quê? – ele perguntou surpreso, preso por ela na porta do Clube Varsóvia. Ela sorriu, fingiu pensar e respondeu – Escrever sobre nós? Que tal? Bom tema? – perguntou. Ele ficou confuso, atrapalhado. Sem graça. Totalmente sem graça. - Tema de malucos. Só se for – ele disse – Te conheço há tempo suficiente para conhecer os seus temas. Nunca nada bons. Nunca nada bons Ela caiu na gargalhada. Acendeu um cigarro. - E você ainda ri? – ele emendou. - Não sorrio não – ela respondeu com um dos seus mais deliciosos sorrisos. Cínica como poderia ser. - Não? – ele perguntou. Ela sorriu novamente. O abraçou com força. O cigarro acesso não era nicotina. Não, não era. - Quer que eu conte sobre as garrafas quebradas, sobre os vinis lapidados, sobre os bilhetes mal escritos em para-brisas vagabundos, sobre os porres atrás do sofá na sala dos seus pais, sobre os champanhes baratos abertos em réveillons deliciosos, sobre os cigarros mal fumados no

NADA PODE SER ASSIM

Nada pode ser assim. Nada pode ser assim. Beijos mal dados, saliva mal gasta, suor desperdiçado, tragos incompletos, desejos incertos. Nada pode ser assim. Nada. Definitivamente. Definitivamente. Tudo o que ele queria era sentir o gosto dela. O gosto do seu batom, o gosto dos seus lábios, o gosto dos seus seios. O gosto. De tudo. Absolutamente de tudo. Um gosto bom. De rock ou blues ou uma linda canção de Sinatra. Nada mais que isso. Mas nada pode ser assim. Nada pode ser assim. Beijos mal dados, saliva mal gasta, suor desperdiçado, tragos incompletos, desejos incertos. Nada pode ser assim. Nada. E os olhos de ambos brilhavam quando estavam frente a frente. Brilhavam e brilhavam e brilhavam. Como crianças. Apaixonadas. Adolescentes. Apaixonados. Adultos. Como eles. Apenas como eles. Mas nada pode ser assim. Definitivamente nada pode ser assim. Por pior ou mais desordenado e desorganizado que seja. Nada pode ser assim.

LÁGRIMAS... E NEVE...

E ela começou a chorar. Triste. Besta. Tonta. Lágrimas. Muitas. Muitas lágrimas. Muitas. E ela chorou. Apenas chorou. E chorou, E chorou e chorou e chorou. Tola. Pobre tola. Pobre ele. E ela reiniciou a chorar. Muito. Muito mesmo. Triste. Besta. Tonta. E chorou e chorou e chorou e chorou. Como não houvesse amanhã. Amanhã e nem lágrimas. Nem lágrimas. Nem soluços. Nem nada. Apenas choro. E ela chorou. Demais. E insistiu em chorar. Triste. Besta. Tonta. E chorou. Chorou e chorou e chorou. Triste. Besta. Tonta. Choro. Daqueles. Daqueles que não se discutem mais. Apenas se lamentam... Lamentam... E... Nada seria muito diferente. Como sempre. Como sempre....

CANÇÕES...

Tudo. Tudo mal passado, tudo mal cozido. Tudo. Tudo mal. E as canções tocadas pelo DJ do Varsóvia estavam ruins. Mas passadas e mal cozidas. Ruins. Tensas. Toscas. Sem talento. Sem nada. Diretamente. Nada diretas. Canções sem rumo algum. Canções de uma noite de inverno no Leste Europeu. Tensas. Indecisas. Confusas. Adolescentes. Beijos. Burras. Canções nada diretas. Nada diretas. Definitivamente. E eles? Um puta beijo e nada mais. Canções? Fodam-se. Quando o amor fala mais alto. Muito mais alto... ainda MUITO MAIS ALTO....  

ZUMBIS, GAROAS E DIAS CINZAS.

Cansado. De tanto escrever sobre amor. De tanto escrever sobre zumbis. De tanto escrever sobre zumbis. Nada. Nada e nada. Zumbis lindas ou lindos, desoladas ou desolados, apaixonadas ou apaixonados, exasperadas ou não. Apenas sem ar. Zumbis. Zumbis de amor. Trôpegas ou trôpegos. Lindas. Ou lindos. Belos zumbis. Belas zumbis. Mas ele? Ou ela? Cansado. Ou cansada. Apenas cansado. Ou cansada. De tanto escrever sobre amor. De tanto escrever sobre nada. De tanto escrever sobre com quem nunca se importou. Nunca. Nunca se importou. Cansado. Apenas cansado. De tanto escrever sobre amor. De tanto escrever sobre nada. Nada. Nada.... Cansado. Temas tristes em dias de chuva. Temas tristes em dias de chuva... Cinzas...    

LÁGRIMAS E TUDO MAIS. TUDO MAIS.

Choro? Lágrimas. Vento. Dor. Lágrimas? Da onde? Da onde... Das poltronas alojadas logo as janelas? Junto as janelas? Junto? Junto da onde... Lágrimas vindo do nada. Nada... Choro? Muito. Gritos. -- Churros e sussurros. Tudo mais? Tudo mais. Tudo mais o que? Duas pessoas, dois amores, um casal. Tudo. Apenas eles... Apenas... Lágrimas e vento e tudo mais. Tudo mais. Choro? Lágrimas. Vento. Dor. Lágrimas? Beijos? Não. Definitivamente não... Não...

LIKE A WONDERFUL STONE.

Ela não sorria, não sonhava, não chorava. Nada. Impávida, séria, fria, direta. Apenas ela. Apenas ela. Queria mais do que isso, queria ser mais que isso. Queria muito mais. O mundo ao seu redor. Apenas o mundo. Linda como sempre, com seus olhos grandes e brilhantes e cheios de vida ela era seca. Não sorria, não sonhava, não chorava. Nada. Impávida, séria, fria, direta. Apenas ela. A exceção existia. Claro que existia. Quando o via. Apenas quando o via. Seus olhos brilhavam, seu corpor fraquejava. Sorria, sonhava, quase chorava. Discreta Impávida, séria, mole, apaixonada. Apenas ela. Pedras? São duras e difíceis. O seu coração? Mole para ele e duro para o resto do mundo. O que ela queria? Um puta beijo e um mega abraço no Clube Varsóvia. Deixar de ser tão dura. Aparentemente dura. Por culpa do amor. Dura e cruel apenas por culpa do amor.... Pedra dura. Coração mole. Pedra dura. Sujeita a mudança. Olhos lindos.

NOITE DE CHUVA

E ela chorava como uma criança mimada. Uma tola criança. Mimada. Como sempre foi. Sempre foi. Nem a vodka e nem a maconha e nem todas as pílulas a ajudavam mais. Nada. Nada mesmo. Nem a vodka e nem a maconha e nem todas as pílulas. E ela chorava encostada na parede com seu cigarro vagabundo acesso entre seus dedos, mas nada a ajudava. Apenas o copo na outra mão. Gordo. Repleto. Insano. Lá fora havia a chuva. Chuva? Sim. Uma porra de um temporal insano. Absolutamente fora de época, fora de contexto, fora de situação. Fora de estação. Mas adequado à ela. Absolutamente adequado. Gotas de celebração. Fumaça de cigarros ruins. Hálito de bebida barata. Vontade de beijos bons. Lindos. Generosos. Corações ensanguentados, mas não. Cinzas. Poeira. Noite. Chuva. E gota gordas. Apenas mais uma noite naquele apartamento horrível. Mais uma noite. Mais uma noite. O lar dela. O lar dela. Lar? Coração? Amor? Lar? O

ENCONTROS. DESENCONTROS.

Encontros? Encontros improváveis, encontros inusitados. Apenas... encontros. Encontros? Adoráveis. Mágicos. Surpreendentes. Inesperados. Inusitados. Encontros. Simples assim. Simples assim. Ainda que na porta do Clube Varsóvia e sua música insana gritando lá dentro. - Porra – ela disse, segura, antes de tomar mais um gole da sua cerveja – Faz tempo que não lhe vejo e falo com você. Ele sorriu. Silêncio. - Curioso – ela insistiu - O quê? – ele perguntou, após um trago. - Encontros. Reencontros. Desencontros. Idas. Vindas. Despedidas. Tudo. Tudo o mais. É algo absolutamente divertido. É a vida. A vida na mais pura e simples forma. Sumimos, Voltamos. Reaparecemos. Morremos. Nascemos. A vida é sempre boa, não? Inclusive trocar nomes. Ele sorriu, sabendo sobre o que ela falava. Definitivamente. Definitivamente. - Quer entrar? – ela perguntou com um sorriso. - E se dançássemos na calçada? – ele retrucou. - Mas não vai chover? – ela disse. Com

AGORA SIM TUDO FICA MAIS LEVE

Ele acordou de madrugada, ao som de trovões. Prenúncio de chuva. Prenúncio de tempestade. Prenúncio de tudo mais. Ele acordou de madrugada, ao som de trovões Fortes. Intensos. Assustadores. Ele acordou suado, nervoso, assustado. Pulou do sofá. Desespero e vontade de gritar. Sem som. Sem nada. Nada conseguiu sair. Sorte dos vizinhos e da noite. Ele se deu conta de que ela não estava lá. Não mais. Nem na cama e nem noutro sofá. Foi embora. Partiu. Sumiu. Há tempo suficiente de ele perceber. Perceber. Os trovões continuavam. A chuva? Briosa e paciente, teimava em começar. Não. Ainda não. Ele decidiu não mais dormir. Ao menos naquele momento. Acendeu um cigarro. Completou um copo de vodka e manteve a luz apagada. Sem luz. Sem som. Sem ela. Sem sentimento. Ele. E de todos os seus arrependimentos, o mais grave era não ter se despedido de forma adequada. Não ter se despedido com um baile com ela ao som de The Clash.

APENAS NADA

Nada o que se enfrenta. Nada o que se encara. Nada o que deseja. Nada. Nada. Mas ele a amava ainda assim. Louca. Doida. Escritora. O que fosse. Grana? Zero. Mas isso pouco importava. Ele ainda a amava muito assim. E nada é o que se enfrenta. Nada o que se encara. Nada o que deseja. Nada. Nada. Apenas o amor e sentimentos doidos. Apenas amor, e sentimentos muito doidos...

A LUZ VEM DA ONDE?

- Luz? – ela perguntou, toda doce, toda curiosa. Suave. - Sim – ele respondeu seguro, sincero e firme. Forte. - Da onde ela vem? Esta tal luz. Luz. Nada mais que luz. – ela perguntou de forma incrédula, insuspeita. Amor total. Amor incondicional. Ele a encarou com seus olhos verdes e grandes e gordos. Repletos de tudo o que se pode ter. Respondeu de forma direta e segura e forte – Ela vem daqui – e acariciou o centro do peito dela, de forma direta -  Do fundo do coração. Lá do fundo. Bem do fundo. - Mas e a luz? Vem da onde? Ela existe? – ela insistiu e perguntou novamente, toda doce, toda curiosa. Com amor. Com todo o amor. - Sabe da onde ela vem? – ele respondeu direto. Seco, com firmeza. Sem dúvida. Ela fez que não com a cabeça. Ela não respondeu. - Ela vem do seu coração, dos seus olhos, do seu amor. Simples assim. - Mas e a luz? – ela perguntou novamente, toda doce, toda curiosa. Apaixonada. - Sim – ele respondeu – Apenas a luz. E a noite se fez grand

DOR?

Dor? Da onde? Da onde veio? Da onde vem? Da onde? E desde quando? E desde quando? Dor? Forte. Muito forte. Mas apenas dor. Apenas dor. Muita dor. Que dilacera e corta. Que mata e consome. Consome demais. Dor. Joy Division e muito mais. Apenas e muita, mas muita dor. Muita dor. Muita... E a paixão destroçada nestas horas. O coração? Sofre ainda mais. Muita dor. Muito sangue. Muito nada. Dor? Da onde? Da onde veio? Da onde vem? E desde quando? Desde quando? Lágrimas de quem chora. Lágrimas de quem ama. Lágrimas de nada. Nada. Lágrimas de nada. Lágrimas de um amor mal usado. Apenas lágrimas. Desperdiçadas. Desperdiçadas...

DA ONDE???

Da onde surge? Da onde vem? Uma loucura? Insanidade? Uma força interna? Externa? Uma força? Ou nada disso. Nada disso. Ou apenas ou isso... ou apenas nada disso. Nada disso. Ele apenas queria ser feliz. Mas não. Não conseguia. Ela também. Ela também apenas queria ser feliz. Mas não. Não conseguia. Apenas não conseguia. E os beijos e a chuva e as notas de Frank Sinatra? Apenas ficavam lá fora. Enquanto ela e ele bebiam e fumavam, tolos, em seu apartamentos. Sozinhos. Apenas sozinhos, olhando as fotos antigas e rasgadas. E eles apenas queriam ser felizes. Mas não. Não conseguiam. Mas não é pedir demais.... Não é pedir demais.... Definitivamente não... Definitivamernte...

AINDA MAIS UMA HISTÓRIA DE AMOR

- Vamos? - ele perguntou, meio sacana, meio safado, muito filho da puta. Ela olhou com desdém e deu uma boa tragada em seu cigarro antes de responder direta, certa, afirmativa. Cheia de vodka no peito, coragem na cara e força nos punhos - Não! Não vou com você a lugar nenhum. A porra de lugar nenhum. Ele a olhou com surpresa e respondeu, agora meio tímido, meio constrangido, muito babaca - Mas o Clube Varsóvia é muito legal. E fica ali - apontou - atravessando a rua. Muito melhor que esta espelunca de beira de esquina que só vende pinga. Ela olhou para trás do balcão e gritou - Ô seu Miguel? Tá ouvindo? O garoto aqui disse que nosso recanto aqui, nestas sextas chuvosas de verão não passa de uma espelunca de beira de esquina que só vende pinga. Seu Miguel aproximou-se com o olhar raivoso, típico dos europeus orientais. Com seu cabelo molhado, com seu pano de prato imundo pendurado em seu ombro esquerdo, com seu palito no canto da boca perguntou direto e rude - Leticia? Ela r

O LIVRO DA CAPA AZUL

E ele a via todos os dias. Todos os dias. No metrô. Tomava o metrô todos os dias com ela no mesmo horário. Mesmo. Sempre. Todos os dias. Todos os dias. Sabe-se lá qual linha. Mas ele a via todos os dias Todos os dias. Todos. Sempre lendo. Sempre lendo o mesmo livro. E observava cada detalhe daquelas coxas lindas e daquele corpo esguio. O jeito de folhear as páginas. Lindo. Sempre lindo. Lindo corpo esguio. Lindo. E acompanhava a sua leitura em seu livro de capa azul turquesa. Todos os dias. Página por página. E acompanhava o seu sorriso e sua satisfação a cada página lida (ou mal lida, tanto faz). Adorava. Linda. Ela era absolutamente linda. Linda. E esguia. Muito esguia. E ele a via todos os dias. E sempre com aquela maldito livro de capa azul. E hoje ele acompanhou a leitura da última página. Uma lágrima escorreu dos olhos dela, ao terminar seu liv