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TOQUE


Ela sonhava acordada e deitada em sua cama. Sozinha e trancada em seus pensamentos, ela desejava apenas nele. Apenas ele e as bobagens deliciosas que trocavam por email e telefone. Molhada, úmida e em transe. Transe lúdico e delicioso. Delicioso. Ela delirava e amava o toque dos seus próprios dedos longos em seu corpo. A sua autoinvasão deliciosa. O seu próprio toque. Amava cada momento. Cada instante. Sabia que, mesmo longe, ele, na sua cidade a quilômetros dali, também pensava incessantemente nela. Muito. E ela continuava sonhando acordada e deitada em sua cama. Sozinha. No seu quarto, apenas à luz de velas aromáticas com cheiro de jasmim, ela estava só, porém junto dele. Muito junto. Unidos demais por pensamentos bons e apaixonados. Pensamentos molhados e belos. Coisa de casal apaixonado. Ela podia jurar sentir o seu cheiro de hortelã. Pós-barba. Podia jurar que ekle estava naquele quarto. Molhada e úmida. Muito molhada e muito úmida. Com muito tesão. Muito tesão e desejo. Ela sonhava acordada deitada em sua cama. Imaginava as mãos dele, finas e de pianista, sobre a sua pele branca e deliciosa. Suave. Explorando cada detalhe dela. Cada detalhe. Toques suaves como uma pequena obra de Jobim. Imaginava ele descobrindo cada segredo do seu corpo, cada dobra da sua geografia. Cada dobra dela. Em braile. Como um amante totalmente apaixonado. Como um amante total e enlouquecidamente apaixonado. E ela sorria, sorria e sorria cada vez mais. E sonhava acordada. Demais. Toques. Toques mil. E não precisam ser reais, não precisam ser demais. Basta ter amor neles. Aí? Aí é o suficiente para dois jovens apaixonados manterem a chama das velas acesas. Muito acesas. Apenas isso.  

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,