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ASTRONAUTAS


Eles flutuavam no espaço, sorrindo. Eles flutuavam no espaço, sorrindo como dois bobos sem motivo aparente. Descobriam os sentidos e impressionavam-se. Dançarinos com movimentos leves, bailarinos com movimentos suaves. Movimentos lindos. Movimentos nada tímidos. Movimentos nada tímidos, definitivamente, praticados com afeto e ternura na ausência da gravidade. Gravidade zero. Eles flutuavam no espaço como dois adolescentes inquietos. Dois adolescentes felizes, alegres, irresponsáveis, adoráveis e apaixonados. Beijavam de forma aleatória e seus corpos, leves, faziam acrobacias de amor. As mais belas e perfeitas acrobacias. A sincronia dos corpos e do amor. Não havia nada além da falta de gravidade, dos corpos flutuando no espaço, do excesso de amor, da intensa paixão, do delirante tesão e da Lua, linda, bela, amarela e indiscreta a os observar. As estrelas brilhantes, coitadas, invejavam o que presenciavam. Eles dançavam a mais bela das danças: a dança da cumplicidade. Seus corpos suados e molhados flutuavam no espaço, exaustos e extasiados. Dois jovens apaixonados. Dois jovens astronautas. Dois jovens dançando de forma sensível a representação do devastador amor. Do inesperado amor. Dois jovens apenas se amando, sem pensar no amanhã, naquela madrugada quente e úmida no quarto dela. A Lua não era grande o bastante para o amor e o tesão flutuando naquela cama...definitivamente não era.

Comentários

Lô disse…
*suspiros*.

Somente.

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,