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BABE, WE WERE BORN TO RUN...

...

E ela ficou ali, apenas vendo o seu amigo desaparecer entre o agito do Varsóvia.

Ao olhar o seu copo quase vazio de Mojito, percebeu um guardanapo amassado, com um número de telefone e uma frase: "Liga prá ele. Seja feliz. Uma única vez em toda a sua vida. Te amo.".

Ela sorriu e chorou ao mesmo tempo, enquanto pedia ao garçom mais uma bebida.

Pegou seu celular, trêmula e discou os números anotados no guardanapo.

Toques... Uma voz.

- Alô?
Ela mal conseguia respirar de medo e desejo - Alô.
Um breve silêncio e uma voz suave, doce, feliz - Ei, não acredito. É você! Que bom. Que bom.
Ela apenas sorriu e murmurou um sim tímido.
- Não acredito que ele te convenceu. Não acredito.
- É. Pode apostar que ele tem argumentos fortes para convencer os outros.
- Ah, não duvido. Não duvido mesmo. Que barulho é este? - ele perguntou.
- Ah, é o Varsóvia. Estou aqui esta noite.
- Sozinha? - ele pergunotu.
- Sim. As usual - ela brincou.
- Humpf. A vida gosta de mudanças. Mas você está certa de estar aí, curtindo. E resolveu ligar? - ele perguntou.
- Sim. Tomei decisões. Saca? Vontades.
- Que bom. E fico feliz pacas de saber que estou entre elas - ele arriscou.
- É. Está. De certa forma - ela respondeu.
- Escuta - ele disse - Você vai querer ficar por aí, ainda?
- Não sei - ela respondeu, nada convincente, louca por um convite, louca por descobertas.
- Tenho uma idéia boa. Muitas coisas para conversar.
- Que idéia? - ela perguntou, ansiosa, estranhamente feliz.
- Quer ver o mar? - ele disparou.
Ela sorriu da brincadeira - O mar? O mar? Agora?
- É.
- Mas estamos a quase uma hora da praia mais próxima e já são quase duas da manhã - ela disse.
- E daí? Você se importa? Tem compromisso?
- Bem, amanhã é sexta. Trabalho.
- Permita-me dar um foda-se por você? - ele brincou.
Ela sorriu, adorando a idéia.
- Vamos lá. Vai ser divertido. Unico, ao menos - ele insistiu.
Ela olhou para as pessoas ao redor e disse, insana - Vamos. Vamos sim..
- Genial. Te pego aí no Varsóvia em 20 minutos.
- Simples assim? - ela pergunotu.
- Simples assim - ele respondeu.
- Então tá.
- Beijos.
- Beijos.
- Vai ser maravilhoso - ele finalizou.
- Tenho certeza disso - ela respondeu.

E enquanto desligava o telefone e tomava mais um gole do seu Mojito, ela mal podia acreditar em tudo o que havia dito. Em tudo o que havia ouvido.

Pela primeira vez em toda a sua vida ela iria fazer algo realmente importante. Algo realmente divertido.

Pela primeira vez ela iria simplesmente ter uma noite sem roteiro, sem começo, meio ou fim. Ter uma noite. Apenas ter uma noite dedicada a tudo o que ela mais desejava sentir.

Honey, cause Tramps like us were born to run....

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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,