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Mostrando postagens de outubro, 2004
I CAN´T IMAGINE THE WORLD WITHOUT ME - Então é isso? – ele perguntou, com um puta sorriso no rosto. Lindo. E como era lindo o seu rosto. Well, lindo de acordo com os pensamentos dela. - Isso o quê? – ela retrucou, cínica. - Isso, oras. Você vem, me atropela com o seu charme, me destrói com esses seus olhos maravilhosos, olhos grandes e brilhantes, com essas unhas vivas, vermelhas, divinas, com essa garrafa de champanhe.. - ... e litros de tequila – ela interrompeu. - Isso – ele gargalhou – Copos e litros de tequila, olhos maravilhosos, charme inevitável, enfim, você me desarma com tudo isso e me deixa aqui nesta cama, nu total, sentindo apenas o delicioso calor do seu corpo gostoso e não vai me dizer mais nada? Não vai querer ficar comigo? Não vai querer voltar? Ela cobriu com o lençol os seus seios pequenos e macios e suaves e tão tocados naquela noite e o olhou bem atenta, sem nada dizer. - Não? – ele insistiu. Enquanto apreciava aquele menino lindo ao seu lado, ela pens
A LUA FLUTUA... Nada pode ser tão belo a ponto de ser confundido com a lua. Nada. Coisa alguma nesta porra de planeta, neste universo tão grande e tão fodido, pode ser tão belo, tão maravilhoso, tão soberbo, tão divino, tão diferente, tão mágico, tão sublime, tão intrigante, tão suspeito como a lua. Cheia, minguante, nova ou crescente. Pouco importa. A lua é a inspiração dos amantes, a motivação dos suicidas, a desculpa dos bêbados, a testemunha dos homicidas. A lua é bela, é amarela, é grande, é eterna, é estranha, é quieta. Serena. Tão bela. A lua é o que não podemos tocar. A lua é o que queremos tocar. A lua é como o amor da garota pela garota. Inatingível e marcante. Sensível e intrigante. A lua é a minha companhia esta noite. Ainda bem...
E QUEM VAI OLHAR PARA TRÁS? VOCÊ? - Então, vamos fazer o seguinte... – ela disse, escolhendo com muito cuidado as suas próximas palavras – ... você me diz adeus de uma forma educada, fina, com muito carinho e gentileza e eu, otária e idiota, saio por esta maldita porta e nunca mais passo perto da sua vida. Combinado? Ele socou o ar, impaciente e impotente, como se falasse aramaico, como se falasse uma língua própria e gritou - Você não entende ou não quer entender? Ela apenas o observou, triste, e saiu pela porta da sala. Sem olhar para trás... sem olhar...
ANA, ALICE E A CHUVA - Vai chover – Alice disse, olhando para o céu cinza e frio. - Tem razão – respondeu Ana – Está muito cinza hoje. - É bom. Faz tanto tempo que não chove, não? E a minha avó sempre dizia que a água da chuva é a melhor para limpar os cantos sujos da casa e da vida. Ana sorriu, confortável com o comentário familiar de Alice, feliz por tê-la por perto, sua melhor amiga de tantos anos, de tantas drogas, de tantas viagens, porradas, amores perdidos, enfim, de tudo o que apenas um melhor amigo pode ser, ver, sentir – Mas pelo menos a chuva pode esperar chegarmos em casa, não? É uma boa caminhada desta praia até lá. - Ah, Ana, deixa disso, e desde quando você derrete com a chuva? Que se foda. Vai ser até bom. O dilúvio vai ajudar os pecadores e, principalmente, evaporar essa pinga da minha cabeça – gargalhou. - Vamos, então? – insistiu Ana. Saltando com rapidez da areia quase gelada, Alice concordou – Vamos, vamos, mas me deixa ir fumando – pediu. - Você e esta
SEXY CHUVA Os vidros estavam embaçados demais, completamente turvos, formando uma redoma protetora, um campo de força, uma película invisível, enfim, um mundo à parte, descolado do nosso, para ele e para ela. Os vidros estavam embaçados demais e era praticamente impossível, de dentro, enxergar as gordas gotas de chuva que desabavam sobre aquele carro parado. E eles se importavam com isto? Claro que não... A chuva gelada e congelada sofria um nocaute técnico quando em contato com o calor que emanava do veículo. O ar estava quente. Quente demais. Quente por beijos, por toques, por carinhos, dedos molhados, por lábios mordidos, peitos suados, corpos aquecidos, línguas, cheiros, bocas, desejos, roupas, falta de roupas, por arrepios. Eles se beijavam como se a chuva não fosse acabar. Como se o mundo fosse explodir, como se a lua fosse gritar, como se a noite pudesse sentir. Ela, molhada. Ele, também. A pele era uma só. Um doce aroma de despudor e delíci
INSISTINDO EM SER TRISTE - É muito mais difícil escrever sobre a alegria do que sobre a tristeza, você não acha? – ela perguntou, parecendo preocupada. Ele a observou por alguns instantes e disse, tranqüilo – Não tenho dúvidas sobre isso. A tristeza é muito mais simples de ser transformada em palavras, em descrições, enfim, é muito mais simples de ser transformada em cenários do que a alegria. A alegria talvez não inspire tanto. Não renda tantos frutos nestas nossas cabeças confusas. - Então, é exatamente por isto que eu escrevo tanto sobre a tristeza. Por ser mais fácil. Quero as coisas mais fáceis para mim. Ele a encarou com desaprovação e disse, baixo – Ué... – ele questionou – Deu para ser covarde agora? - Eu? Covarde? – ela retrucou – Talvez. Você vê algum problema nisso? Algum problema em querer evitar problemas? - Claro que vejo, minha querida, claro que vejo. Você é maior do que estas lágrimas e esta choradeira e esta merda toda. Você insiste em chorar e chorar e chor
SANGUE COLORIDO O gosto de sangue nos seus lábios era tão forte que parecia um vinho ruim. Detergente. O cheiro de cigarros baratos e sujos no ar era tão denso que parecia sufocar. Azedo. O medo era tão evidente que fazia mais do que assustar. Suor. Talvez de todas as coisas surpreendentes que ele viveu, a que mais o assustou foi, sem dúvida, toda aquela cena ocorrida na madrugada de inverno. Tapas na cara dados de forma verbal. Rasgos na carne provocados por palavras certeiras. Arranhões profundos causados por olhares raivosos. Ferimentos, ferimentos, ferimentos. O gosto de sangue nos seus lábios era tão forte que parecia real. O amor estava desfeito. Sem primaveras para poder ressurgir. Fênix? Ora, quem disse que lendas são reais? Quem disse? ... com certeza um idiota ferido e apaixonado, ferido e enlouquecido, ferido...muito ferido.
PEQUENOS DIÁLOGOS II - Há algo que eu ainda possa fazer? - ele perguntou, sem jeito. - Pode sim - ela respondeu. Os olhos do garoto ficaram ansiosos, esperando uma resposta - Vá se foder. Suma daqui e da minha vida e nunca mais me ligue, se possível. Ele não se defendeu. Apenas chorou. Lágrimas tristes em madrugadas de inverno. Pobre idiota...
TROCANDO SORRISOS POR BEIJOS NA BOCA - O que você quer de mim? – ele perguntou, calmo e com um sorriso sereno. Ela apenas sorriu de volta, sem nada dizer. - Não vai me responder? Ou não quer me responder? – ele insistiu, brincando de jogar. - Talvez não, talvez sim. Será que precisamos deste tipo de resposta? Será que realmente precisamos ter este tipo de certeza? – ela devolveu a pergunta. - Não sei. Apenas quero saber se realmente vale a pena estarmos aqui, no Varsóvia, a esta hora da noite, trocando olhares e mensagens subliminares de amor – ele disse – Apenas isso. - Mensagens subliminares de amor? – ela repetiu, surpresa. Ele apenas assentiu com a cabeça, balançando suavemente os seus longos cabelos coloridos, tornando-o, por um breve momento, o homem mais charmoso do universo. - Subliminares? – ela perguntou, mais uma vez – Subliminares? Será que você ainda não percebeu que a coisa que mais quero na vida é estar com você? – ela escancarou. Ele sentiu seu rosto queimar