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Mostrando postagens de setembro, 2003
Meus dedos doem. De tanto teclar. E no monitor não aparece nada. Apenas palavras desconexas e sentimentos doloridos. Sentimentos extremamente doloridos. Não me deixem esquecer como é bom escrever...como é bom escrever...
OUVINDO O SOM DO MAR (AMORES POSSÍVEIS OU NÃO) - Ouve – ela disse, tranqüila. - O quê? - ela perguntou. - O som, o barulho, essa sinfonia, essa música deliciosa – ela respondeu, sorrindo. - Mas não há música alguma por aqui, querida. Estamos sozinhas nesta praia. Eu, você, o céu cinza, nossos medos e esse mar bravo. - Então... o mar bravio. O som do mar. Apenas isso – ela retrucou, sem tirar os olhos do oceano – 7:15 da manhã. Você não acha essa a música mais deliciosa que poderíamos ouvir? A música mais romântica? – sorriu. Ela olhou para ela com carinho e disse, calma e sorrindo – Você não desiste, não? Ela retribuiu o olhar delicioso e respondeu – Não. Não desisto mesmo. Vou te amar para sempre. Quer você queira ou não. Quer você tenha medo ou não. Quer você rejeite isso ou não. Pode ter certeza. E ficaram por lá, como duas estranhas, como duas amigas, apaixonadas, ouvindo o barulho do mar. Apenas ouvindo o barulho do mar.
SOCOS E CINZEIROS SUJOS A crueldade nunca lhe caiu bem. Quero dizer, a crueldade nunca lhe caiu bem, porque, na verdade, a crueldade não fazia parte dela. De modo algum. Porra, ela sempre foi uma pessoa incrível, uma ótima amiga, uma filha gentil, uma ouvinte atenciosa, uma namorada carinhosa, enfim, uma pessoa adorável. Sem vícios, sem defeitos, sem maldade. A crueldade nunca lhe caiu bem, com certeza, mas ela estava de saco cheio disso. No fundo - ela me disse aquela noite – estou de saco cheio de ser vista como uma pessoa educada, sensível, gentil, o caralho. Quero que me vejam como sou, com meus defeitos, com meus erros, com meus problemas. Quero que saibam que eu fumo, que eu já tomei drogas, que eu bebo tequila de uma forma descompensada, que eu quero fazer uma tatuagem, que eu gosto de rock barulhento, cheio de guitarras e ruídos, que eu faço sexo constantemente, enfim, que eu sou apenas uma pessoa. Quero ser eu mesma. Apenas isso. Estou de saco cheio de ser boa e de as
... e então o tempo voou e eu mal consegui fazer qualquer coisa essa semana. E meus textos e minhas idéias ficaram suspensas. Esperando. Esperando o momento de eu transformá-las em palavras...e vou fazer isso. Se quiserem esperar...
O texto abaixo é sobre um segundo beijo perdido. Isso em razão de eu já ter escrito, certa vez, sobre um beijo perdido (quem não leu precisa vasculhar esses arquivos, mas no blog antigo, aliás). Falta de criatividade é isso...repetição de temas...mas o que eu posso fazer se eles são tão "reais" e "vivos", não é?
O SEGUNDO BEIJO PERDIDO Eles estavam bêbados. Bem, na verdade eles estavam “quase” bêbados. A quantidade de vodka e de cerveja que eles haviam consumido e ingerido naquela noite chuvosa e fria dava para afogar até mesmo o herói aquático dos desenhos infantis dos anos setenta, Namor, “O Príncipe Submarino”. Mas isso não importava ou importava muito pouco naquela noite. O que fazia a diferença é que ambos estavam alegres e sorrindo e felizes. Como há tempos não ficavam. E, porra, não podia ser diferente. Eles eram amigos há “séculos”. Desde a época em que ela era a garota prodígio e ele o vilão da escola. E agora ela morava sozinha e eles, como não podia deixar de ser, continuavam amigos. Sempre juntos, sempre ajudando um ao outro, sempre por perto. Que mal há nisso? Nenhum, desde que eles mantivessem sempre bem guardados os seus segredos, os seus medos, os seus sonhos perdidos, os seus desejos recolhidos e as suas vontades sufocadas. Desde que eles tomassem os cuidados devidos...
TRUE STORIES - Alô? Pedro? – ela disse, com fina ironia na voz. - Alô. Isso. Quem fala? – ele respondeu, sem conseguir disfarçar a surpresa e a decepção. - Ora, já me esqueceu? Assim, tão fácil? Não esperava por isso – ela continuou, com a voz ainda mais mordaz – Depois de tantos bons momentos. Sei que foram curtos, mas você disse que foram ótimos. Ele ficou em silêncio por poucos instantes e disparou – Claro que sei quem está falando, Carla. Claro que sei. Como está? – ele disse, nervoso, bastante nervoso. - Eu vou bem. E você? Melhor? - Indo. Como eu te disse, todos aqueles problemas andaram me tirando o sono. Mal saio de casa – ele afirmou, com muita convicção. - Coitado. Mal sai de casa? Que tristeza. Logo você, um baladeiro de primeira – ela retrucou, direta. - Espero que você não tenha ficado chateada comigo. Não deu mesmo para te ligar esses dias. Eu estou aqui em casa, atolado em serviço. Não bastasse tudo, ainda mais esse tipo de problema. Excesso de trabalho. - F
Esse blog ficou meio movimentado nos últimos dias. Mais do que o normal. Bem mais do que o normal. Quem frequenta esse espaço sabe que sempre houve uma cumplicidade, uma unidade, uma espécie de troca (deliciosa troca) entre as minhas palavras e a atenção de vocês. E no meio dessas semanas, eu lamento não ter tido o tempo e nem a oportunidade de agradecer como se deve a todas as pessoas que entram aqui e as palavras bacanas que eu recebo, seja através de comments, seja através de e-mails. Então, eu aproveito a agora (sem querer ser cafona), para agradecer a todas as pessoas legais que entram aqui e perdem um minutinho do seu dia, lendo as palavras que eu jogo por aqui, tentando acertar o alvo...seja ele qual for... Valeu...vocês não sabem como isso é bom e me faz bem...mesmo!!! Beijos para quem é de beijos... Abraços para quem é de abraços... Bom final de semana...
BEIJANDO O CÉU - Certa vez, quando eu era muito pequena, minha mãe me disse que bastava ter pensamentos bons para eu poder flutuar e beijar o céu – ela disse, chorando. - E você conseguiu, não conseguiu? Bem ou mal... – sua melhor amiga perguntou, fazendo um carinho nos seus cabelos. - Consegui. E perdi tudo. De uma só vez, como seu fosse uma imbecil. - Mas você está aqui. Viva e sendo você. - E fodida também. E a partir de hoje eu vou sufocar todos os meus bons pensamentos. E sua amiga chorou junto. Querendo acreditar que ela ainda iria ficar bem novamente. Apenas querendo acreditar...
TUDO O QUE ELA QUERIA... Tudo o que ela queria era ser importante para ela... Os seus pensamentos flutuavam naquela noite. Ela estava absolutamente obcecada por Lúcia. Apaixonada. Mas não de uma forma sexual, romântica ou o que quer que fosse. Ela estava, na verdade sempre foi, fraternalmente apaixonada pela amiga. Ela realmente amava a sua amiga Lúcia. Queria ser como ela. Independente, decidida, objetiva, direta, moderna, fumante ativa, mochileira, enfim, Lúcia. Uma garota com a idade dela, com muito menos dinheiro que ela, porém com muito mais vontade de viver. Muito mais vontade de ser feliz. Lúcia era a antítese dela. Lúcia gostava de “tentar”, pouco importando se iria dar certo ou não. Lúcia gostava de viajar, pouco importando como chegaria ou voltaria do seu destino. Lúcia não tinha medo ou, se o tinha, disfarçava como poucos. Os seus pensamentos flutuavam naquela noite. Ela estava aflita e desesperada. Sabia que Lúcia não voltaria a ligar para ela. Não depois de tudo o
EMBRULHANDO A LUA PARA PRESENTE - Então vamos combinar uma coisa? – ele perguntou, animado. - O quê? – ela disse, curiosa. - Quando eu conseguir alcançar a lua, voando, eu vou roubá-la e te dar de presente. Ela sorriu com a idéia tola e infantil dele e disse, tranqüila – Mas se você roubá-la só para mim, o que os outros casais vão fazer? Ficar sem o luar? Não precisa. Ele a olhou e a olhou e a olhou e a olhou e perguntou – Ué, não quer a lua? Não entendo. Não consigo imaginar um outro presente tão cool e descolado e romântico e apaixonado como esse. - Eu sei de um – ela afirmou, categórica – Tá certo que pode te dar ainda mais trabalho do que o presente lunar. Ele a olhou intrigado e disse – Posso saber qual? - Você. Basta você se entregar e me amar. Completa, total e absolutamente. Ele sorriu e disse, carinhoso – Maldita vodka. Você está bêbada. - Apaixonada – disse, encerrando o assunto e o beijando, a forma perfeita de dizer “eu te amo”...
SAUDADES ADORAVELMENTE DESCONHECIDAS - E então Grasi? Nunca mais teve notícias da Isa? – Gustavo perguntou, enquanto acendia um cigarro e pedia mais um capuccino ao garçom do Clube Varsóvia. - Não Gus, não. Já faz alguns meses. Ela deu uma desencanada. Sabe como são essas coisas né? - Grasi respondeu, também acendendo um Marlboro. - Entendo assim, mais ou menos. É muita maldade sumir assim – disse Gus, com um sorriso. - Ah, você não deve ficar chateado. Ela teve mil problemas. Eu nunca soube ao certo o que rolou, mas ela deu uma desencanada total. Uma sumida para recarregar as energias, para recarregar a vida. Ela deve estar flutuando por aí, no espaço, apenas para aliviar a dor, apenas para afastar os maus pensamentos. - Eu sei, claro. Não fico chateado não. De forma alguma. Apenas gostaria de tê-la por aí, alive and kicking. Ela faz falta, não? - Nem me fale Gus, nem me fale. Adoro aquela garota. Ela é divertidíssima. Nunca vi ninguém tão fascinada por tintura para cabelo d
ALGUÉM NOVO PARA SER VOCÊ É bom inventar alguém novo para ser você E ela disse isso, assim, na sua face. Sem o menor pudor, sem o menor constrangimento, sem a menor piedade. Não se importou se ele ia chorar, beber, se drogar, se matar, enfim, se desesperar por não mais tê-la. Por ter, finalmente, percebido que jamais voltaria a tê-la. E ele ouviu aquelas palavras duras soar como trovões dentro dos seus ouvidos. Como uma explosão de uma bomba muito barulhenta. Uma bomba cruel. Uma bomba mortal. O efeito conseguiu ser ainda pior do que aquele ruído infernal. O efeito foi devastador. Foi devastador. Ele se sentiu derrotado. Como há tempos não se sentia. Ele se sentiu acabado, aniquilado, destroçado. Não encontrava palavras em seu escasso vocabulário para fazer frente ao que ouviu. Não conseguiu dar o troco. Dar o tapa na cara que gostaria. Engoliu seco e sentiu seu coração batendo desesperadamente acelerado. Desesperadamente descompassado. Desesperadamente triste. Não chorou. Não,
MELODIAS SURPREENDENTES - Que barulho lindo é esse, mãe? – perguntou Lia, atenta a uma suave melodia que ecoava para dentro daquele idiota quarto de hospital. - Deixe-me ver – disse a sua mãe, aproximando-se da janela – Olha só que maravilha. É um garoto tocando piano em um dos apartamentos residenciais aí da frente. Bem, com esse sossego que é essa rua, nem parece rua de hospital, só assim para ouvir essa belezinha. Você teve sorte. - Sorte? É, tive muita sorte mesmo. Uma cirurgia de emergência, um corte gigantesco no corpo, uma recuperação horrível, uma beleza mesmo. Como sou sortuda. - Bem, ao menos você está num hospital que tem trilha sonora. Uma agradável trilha sonora. Um garoto, que toca muito bem por sinal, ensaiando na janela em frente ao seu quarto. Eu acho melhor do que outras opções possíveis. Bem querida, eu já vou indo, você fica um pouco sozinha que eu já volto. Só vou pegar umas coisinhas em casa e já, já, estou de volta. Fique bem. - Obrigado mãe. Até mais.
...me diverti muito hoje, com mudanças e estórias...gostei. Preciso ser menos impessoal, falar mais e escrever menos... os resultados são bons.
REGANDO GIRASSÓIS COM AMOR E SAUDADES - Então é isso? – ela perguntou, quase aflita, com a voz distante. - Creio que sim – ele respondeu, disfarçando a tristeza – Fique tranqüila, a viagem vai ser do caralho. Você vai amar. Você vai, estuda e, logo, logo, vai estar de volta e nós continuaremos juntos. Sempre juntos. E, afinal, nem é tanto tempo assim. - Pô, seis meses é quase uma vida – ela disse. - Não, relaxa, vai passar voando. E você tem razão, vai ser uma vida. A sua vida. A nossa vida. Ela permaneceu em silêncio e ele emendou – Vá tranqüila querida, por favor. Você sabe que eu te amo e tudo o mais e pode apostar que quando você voltar eu vou estar te esperando. Pode estar certa. - Você tem certeza que não quer ir ao aeroporto? – ela perguntou – Já estou quase saindo. - Nós já conversamos sobre isso, não? – ele retrucou, firme. - Tá bem, tá bem, não vou mais discutir isso. Bom, preciso ir. Nossas despedidas já fizemos. O resto vem depois – ela disse, já chorando. -
Estou contente. Olha o novo template que ELA fez para mim. Ficou bom? Eu gostei...qualquer reclamação não é comigo (rs). Ficou cinza e bonito, como o dia de hoje... Obrigado...