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VOCÊ NÃO PROMETEU NÃO ME DEIXAR SOZINHA? (DESPREZO)

Ela chorava sem parar. Chorava como uma criança perdida. Uma criança totalmente sem noção de onde estava. Ela chorava de uma forma desesperada. De uma forma dolorida. Como se estivesse andando sobre uma fina camada de gelo, pronta para rachar. Ela não tinha a quem ligar, a quem chamar, a quem pedir, a quem escrever. Ela não tinha ninguém. E ela também não tinha nada. Ela não tinha nada além das suas lágrimas e das suas memórias e das suas fotos antigas e dos seus pensamentos, que, todavia, era o que ela mais procurava evitar naquela tarde chuvosa e nublada e cinza e fria de inverno. Pensamentos. Pensamentos e memórias. Doces e distantes memórias, que a faziam chorar sempre que retornavam à sua mente. E ela chorava sem parar. Com aquele maldito bilhete na mão. Um pedaço de papel amassado dizendo adeus. Um manifesto ao desprezo. A pior sensação que alguém pode sentir...ser desprezado...cruelmente, sem poder se defender...



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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,