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Por motivos totalmente alheios, precisei lembrar de uma coisa que escrevi há tempos atrás...muito tempo, aliás, mas que, espero, tenha sido útil hoje, de alguma forma...


FEEDBACK SONG...

Teve uma vez que eu perguntei para minha avó, pouco antes de ela morrer, o que era a morte. Ela me disse, toda sorridente, mesmo com o câncer já avançado, que morrer, mas morrer MESMO, era ter passado por aqui sem ter deixado nada. Sem ter deixado amigos, sem ter deixado alguém que se importasse realmente com você, sem ter deixado palavras doces, sem ter deixado um sorriso, sem ter deixado algum quadro pintado, alguma canção composta, algum conto escrito, sem ter deixado algum coração saudoso, sem ter deixado algum coração partido, sem ter tido uma grande paixão, sem ter sido feliz e, de alguma forma, ter feito os outros felizes também. Morrer era isso. Ir embora sem deixar nada. Nada. Eu retruquei, confuso e com um brilho nos olhos, dizendo que então ela não morreria, pois havia feito, com certeza, todas essas coisas. Ela apenas sorriu e me disse calma como sempre e com um sorriso inesquecível "E com esse brilho nos seus olhos, quem disse que eu vou morrer?"



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NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,