Pular para o conteúdo principal


A CONTRACAPA DO ALMANAQUE DOS SONHOS...

Ele estava sentado no chão frio, ao lado da cama, totalmente no escuro. Ele fumava um cigarro e a brasa rala do mesmo era o único fiapo de luz que podia ser percebido no quarto. Ele sentia um vazio quase indescritível. Nada de sono. Ausência total de vontade de dormir. Ele estava muito desperto. E desesperado. Sabia que havia errado e Puta que pariu, eu sempre erro – pensava. Estava de saco cheio disso. Já fazia três semanas e ele, todos os dias, tinha vontade de ligar e se desculpar e saber como ela estava. Pensava que poderia apagar todos os erros que cometeu, todas as besteiras que disse, todo o medo que sentiu, apenas com um telefonema. Ele queria de volta a vida dela. Para poder dormir em paz ou para faze-la efetivamente feliz? Não sabia a resposta. Ao menos não naquela noite escura. Não naquela noite.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NUCA

Ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Definitivamente não. Sem contas, protestos, cobranças ou ligações indesejadas. Nada. Nada a perturbar. Existiam apenas os lábios de Fernanda em sua nuca. Lábios deliciosos e densos. Intensos. Sempre pintados de uva. Sempre lindos. E os arrepios. Muitos arrepios. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. Muito feliz. Não existiam mais as más notícias. Não. Defitivamente não. Havia um aroma de uva no ar. Um perfume. E palavras sussuradas na dose certa. Na dose certa. E ela entrava em transe. Transe total. O lábio de Fernanda em sua nuca a deixava completamente feliz. Muito feliz. E molhada. E o abraço que vinha depois era como um gatilho para uma boa noite. Toques. Reflexos. Seios.
APENAS RELÂMPAGOS... O beijo que você me deu sob o sol A chuva molhando os campos de maçã (Sob o Sol - Vibrosensores) Lembro que choveu MUITO naquela tarde. Muito mesmo. Mais do seria normal em qualquer outro dia, em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Tudo estava bem, mas o céu, como puro capricho, decidiu se rebelar. O céu, assim de repente, tornou-se cinza. Absurdamente cinza. Cinza chumbo, quase noite. E choveu muito mesmo naquela tarde. Como jamais eu pensei que poderia chover em qualquer outro dia normal. Em qualquer outro dia que não aquele. Maldito. Lembro-me que eu estava no parque central, quieto, pensando nas verdades que eu havia ouvido e arquitetando uma fuga mirabolante do viciado e repetitivo labirinto caótico que a minha vida havia se transformado. Lembro-me que não estava sol, nem tampouco abafado, e que, portanto, não havia tantas nuvens no céu capazes de provocar aquela tempestade. Não mesmo. Mas, ainda assim tudo aconteceu. Não me dei conta, e,